Sentando-se confortavelmente numa cadeira,
Numa almofada,
Num banco de meditação,
Assumindo uma posição vertical com uma atenção descontraída,
Se tiver limitações físicas,
Pode,
Claro,
Ajustar a sua posição ou deitar-se em qualquer altura,
Permitindo-se chegar ao momento presente,
Recolhendo com uma atitude de abertura e curiosidade o que quer que surja,
Momento a momento,
Notando sensações no corpo,
Emoções,
Pensamentos ou sons,
Recolhendo aquilo que encontrar tal como é,
Notando a respiração,
Notando cada inspiração e cada expiração,
Permitindo que a respiração possa tornar-se mais lenta e profunda até alcançar um ritmo tranquilo,
Deixando a respiração fluir por si mesma,
Lembrando que em qualquer momento desta prática,
Quando sentir que lhe pode ser útil,
Pode regressar a esta consciência do momento presente e a este ritmo respiratório tranquilo,
Que durante este exercício assuma uma atitude ligeira,
Lúdica,
Não forçando nada,
Deixando-se ser surpreendido com o dom da imaginação,
Talvez começando com a imagem de um lugar seguro,
Trazendo vividez para esta imagem ao permitir todos os sentidos de estar envolvidos,
Trazendo para a mente um lugar que o acolhe totalmente,
Independentemente de como se sinta neste momento,
Permitindo que outra imagem surja a partir deste lugar seguro ou independentemente dele,
Abrindo-se à presença de um ser compassivo que tem os seus melhores interesses no coração,
Este companheiro compassivo pode emergir da sua memória ou ser fantasiado,
Ou ser um pouco de ambos,
Pode ser um ser humano,
Um animal,
Um ser natural ou um ser celestial,
Seja quem for,
Este companheiro compassivo é um ser que está empenhado no seu bem-estar,
Encarnando a compaixão em todas as suas qualidades,
Um ser gentil,
Paciente,
Sensível,
Brincalhão,
Atencioso,
Sábio e compreensivo,
Tem coragem e resiliência face às dificuldades da vida e mantém-se firmemente ao seu lado em momentos de sofrimento,
Aceitando-o tal como é,
Com todas as suas imperfeições e todas as suas potencialidades,
Deseja-lhe o melhor no coração e está disposto a aliviar o seu sofrimento de todas as formas que lhe sejam possíveis.
Qual é o aspecto do seu companheiro compassivo?
É grande ou pequeno?
Velho ou jovem?
Masculino ou feminino?
Onde é que o companheiro compassivo está posicionado no espaço?
Está à sua frente,
Ao seu lado,
Atrás de si?
E que distância se encontra o seu companheiro compassivo?
A margem visual pode variar em clareza ou várias dimaras podem ir e vir,
Está tudo bem.
Se este amigo compassivo estivesse a olhar para si,
Qual a expressão dos seus olhos?
Qual a expressão do seu rosto?
Talvez outros sentidos surjam-lhe com alguma clareza,
Talvez uma sensação ou atmosfera de presença,
Talvez uma fragrância,
Notando aquilo que outros sentidos lhe podem trazer acerca deste companheiro compassivo.
Se falasse consigo,
Como se faria a sua voz?
Como é que este ser,
Este companheiro compassivo,
Se relacionaria consigo?
Que efeitos tem em si o facto de se imaginar na presença deste ser compassivo?
Que efeitos nota no corpo,
Na cara,
No peito,
Na barriga,
Nos braços e nas pernas?
Que efeitos tem nos pensamentos,
Nas emoções,
No estado de humor?
Imaginando que este companheiro compassivo aprecia realmente a sua presença e a sua companhia,
Não se importando como está,
Apenas acolhendo-o de todo o coração,
Como é que isso faz sentido?
Lembrando-se que esta meditação é uma prática,
Pode ser difícil ligar-se a ela,
Ou várias imagens fogadas podem passar lindamente.
Note a sua reatividade,
Aquilo que surge,
Os seus gostos,
As suas aversões,
Reconhecendo e acolhendo tudo o que surge,
Seja agradável ou desagradável,
Alegre ou triste,
Notando tendências para se acarrar ou se afastar,
E em qualquer momento lembrando que se pode permitir uma pausa consciente ou uma respiração que o tranquilize,
E depois quando sentir que tem espaço,
Pode voltar à prática da imaginação,
Imaginando um ser compassivo que se relaciona consigo,
Independentemente da experiência que esteja a viver no momento.
Continuando por mais algum tempo esta prática de imaginar um amigo compassivo,
E quando estiver pronta para terminar,
Dando algum tempo para expressar à sua própria maneira Apareço ou um dizer de adeus a este companheiro compassivo,
E deixando a sua imagem dissolver-se,
Lembrando que pode regressar,
A qualquer momento a esta prática de imaginar um ser compassivo,
Onde quer que esteja e como quer que se mostre.