Meditação da Montanha Para esta meditação podemos escolher uma posição sentada no chão,
Sobre uma almofada ou numa cadeira e começamos por sentir as sensações de contacto do corpo com esse apoio Gentilmente,
Fechando os olhos,
Se for confortável encontrando uma postura de estabilidade e equilíbrio com a parte superior do corpo equilibrada sobre as ancas e ombros,
Numa postura confortável mas alerta as mãos no colo ou nos joelhos realmente sentindo o corpo sentindo os pés,
As pernas,
As ancas a parte inferior e superior do corpo os braços,
Os ombros,
A parte da frente do tronco a zona abdominal,
Peito,
A parte de trás do tronco as costas,
Sentindo o pescoço e a cabeça e quando estivermos prontos trazemos a consciência para a respiração para as reais sensações físicas sentindo cada respiração enquanto esta entra e sai do corpo deixando a respiração ser como é sem tentar mudar ou regular de alguma forma permitindo que flua facilmente e naturalmente no seu próprio ritmo sabendo que estamos a respirar perfeitamente bem agora nada para fazer permitindo que o corpo fique quieto sentado com um sentido de dignidade de resolução uma sensação de estarmos completos neste exato momento com uma postura que reflete essa sensação de nos sentirmos inteiros enquanto nos sentamos aqui convidamos à mente a imagem da montanha mais magnífica ou bonita que conhecemos que alguma vez vimos ou que conseguirmos imaginar mesmo que não seja uma imagem visual permitindo-nos sentir a presença dessa montanha com o seu pico ou picos elevados no céu a sua grande base enraizada na superfície da terra com os seus lados inclinados notando o quão maciça e sólida ela é o quão imóvel ela se encontra a sua beleza seja de longe ou de perto talvez a montanha tenha neve cobrindo o seu topo e árvores chegando até a base pode ter riachos e quedas de água caindo pelas encostas vamos notando as suas qualidades quando nos sentirmos prontos vemos se é possível trazer a imagem desta montanha para o nosso próprio corpo aqui sentado de forma que na nossa mente o corpo e a montanha se tornem apenas um de forma que ao nos sentarmos aqui compartilhamos a imensidão e a quietude desta montanha tornámonos a montanha a cabeça torna-se o pico apoiada pelo resto do corpo que nos proporcionam uma vista panorâmica sobre a montanha os ombros e os braços os lados da montanha a zona pélvica as pernas e os pés a base sólida enraizada na almofada ou na cadeira a cada respiração tornámonos um pouco mais uma montanha que respira viva mas inabalável na sua quietude interior ao nos sentarmos aqui ao nos sentarmos aqui percebemos que à medida que o sol viaja pelo céu a sua luz as sombras e as cores vão mudando momento a momento na quietude da montanha enquanto que na sua superfície a vida vai-se revelando ventos neve derretida cascatas plantas e vida salvagem notando como a noite segue o dia e o dia segue a noite o sol brilhante e quente seguido pelo céu noturno fresco,
Coberto de estrelas e o amanhecer de um novo dia e por tudo isto a montanha simplesmente senta,
Experienciando mudanças a cada momento mas sem nunca deixar de ser ela mesma mantém-se imóvel enquanto as estações mudam no verão não há neve na montanha exceto talvez nos picos mais altos no outono a montanha revela cores brilhantes castanhadas,
Amareladas que lembram fogo no inverno encontra-se coberta de neve e gelo em qualquer estação não podemos ver nuvens ou nevoeiro ou até mesmo chuva as pessoas vêm ver a montanha e comentam sobre a sua beleza ou como hoje não é um bom dia para ver a montanha pois está muito nublado ou chuvoso nada disso importa para a montanha as nuvens podem ir e vir os turistas podem gostar ou não a magnificência e a beleza da montanha não mudam nem um pouco a montanha senta-se sendo ela própria por vezes é visitada por tempestades violentas por neve por chuva ventos fortes na primavera as flores surgem nos prados e nas encostas visitadas pelos voos das borboletas os pássaros cantam nas árvores mais uma vez a montanha continua sentada inabalável com o clima com o que acontece na sua superfície com o mundo das aparências da mesma forma que nos sentamos em meditação podemos incorporar a montanha a sua quietude e a mesma resolução diante de tudo aquilo que muda nas nossas vidas nas nossas vidas experienciamos constantemente a natureza mutável da mente e do corpo e do mundo exterior temos os nossos próprios períodos de luz e escuridão as nossas próprias estações é verdade que experienciamos tempestades intensas e por vezes violentas no mundo exterior e na nossa própria mente e corpo suportamos períodos de escuridão e dor bem como momentos de alegria e prazer ao destornarmos a montanha na nossa prática de meditação podemos encontrar cada momento com maior clareza com mindfulness com bondade com compaixão com alegria e com equanimidade os climas das nossas próprias vidas não devem ser ignorados ou negados devem sim ser reconhecidos honrados sentidos acolhidos pelo que são mas não são pessoais as montanhas têm isso para nos ensinar no tempo que nos resta vamos continuando a incorporar a montanha em silêncio momento a momento conforme vamos chegando ao final da prática vamos convidar a atenção a voltar a notar a respiração o corpo suavemente começando a trazer algum movimento às mãos talvez aos dedos dos pés e cada um ao seu tempo abrindo os olhos e voltando às nossas atividades do dia sintonizados com esta qualidade da montanha presente serena estável resiliente
